Poema PESSIMISTA É A SUA AVÓ

Poema
PESSIMISTA É A SUA AVÓ

E se eu sentado num bar com
quem acho que é meu amigo,
muda seu olhar, me apunhala,
como se eu fosse seu inimigo?

E se ao pedir ao garçom
algo para comer e beber,
ele como bom psicopata
põe cianureto na sopa
ou na salada de batata?

Ou se saindo do bar...
salvo das duas tentativas,
caminho no meio da rua
e morro de bala perdida?

E se invento andar de avião
e num voo quase lotado,
dá um pane federal e puf!
cai nesse oceano gelado?

E se num cruzeiro luxuoso,
mar adentro e festa rolando,
o capitão maquiavelicamente
avisa que estamos afundando?

Sei lá eu já até vendi o meu carro,
vai que um dia no meio da estrada
fura o pneu, capota de cambalhota
e morro lá no meio do nada?

Melhor mesmo é ficar em casa sem
cadeiras e sem escada pra não cair,
sem o gás pra não explodir e sem luz
para impedir, de morrer eletrocutado.



GRINGO HISPANO. Porto Alegre, RS, Brasil. 21 de Abril de 2019

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